terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E hoje, ela acordou subitamente tomada por uma saudade quente...

Pensou, assim que abriu os olhos: o que mata essa saudade?

Um banho gelado?

De repente - e agora já de olhos bem abertos - pode ver seu semblante desenhado entre as nuvens visíveis daquela pequena janela do banheiro...

ali bem diante de seus olhos, ainda molhados da água fria que jogara no rosto na tentativa de matar a saudade.

Pensou novamente: o que mata essa saudade?

O toque ou a possibilidade dele?

A distância ou a possibilidade da proximidade?

E assim começou seu dia...

saudoso, quente e ansioso por respostas.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

...

E tamanha foi sua surpresa ao vê-la, em meio aqueles tantos retratos expostos, que os olhos dele tremeram e foi possível perceber seu coração batendo nas têmporas.

A sempre invisível presença dela, naquele momento, tornou-se tão visível que tudo o que cercava aquela circunstância inusitada pareceu sumir.

E no ambiente restou somente os dois e os retratos pendurados por todos os lados...

Entre um olhar e outro, por entre às imagens que preenchiam o lugar, eles não trocaram uma só palavra, mas estabeleceram naquele canal estreito de comunicação um sublime diálogo regido pelos olhos e seus olhares.

Olhares, estes, que dispensavam palavras.

A partir daí, a surpresa tranformou-se em hábito. E com a zona de conforto estabelecida - ou reestabelecida -, as luzes que pareciam ter-se apagado, reacenderam. Estava tudo claro... e o diágolo silencioso continuava.

Os pensamentos foram fáceis.

O que passava com dele, ela já sabia, porque o acompanhara desde a sua chegada ... lera seus movimentos. E aquele sorriso maroto que faz pender a boca para o lado direito da face quando está feliz, misturou-se ao tremor dos olhos e ao coração pulsando forte. A invisível presença da moça, tornou-se surpreendentemente visível.

Ele gostou...

Ela também...

E suas vontades foram longe ...

E no ambiente silencioso dos olhos, deliciaram-se com suas adoráveis presenças...visíveis... bem visíveis!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Eis que você se dá conta de que tudo acabou
quando nos últimos parágrafos do diálogo
o tempo verbal usado por eles é o passado...



Sabe de uma coisa:
Tu és perfeito para minhas imperfeições!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


"Queria que você gostasse de mim por mim.
Caótico, distraído, perigosamente despreocupado.
Meio despenteado, tão preocupado com coisas vagas.
Queria que você também se encantasse com minhas imperfeições."

Caio Fernando Abreu