segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sabe, eu tenho uma certa dificuldade em acreditar  naquilo que não consigo conceituar, descrever e, de certa forma, ver.
Pois bem, eis que deixo minha intuição falar alto...
deixo esse fenômeno misterioso agir...
E para minha surpresa,
tudo aconteceu como eu tinha  intuido, ou melhor,
desaconteceu!

terça-feira, 19 de abril de 2011


“Mas você com esse seu jeito só seu,
de não me permitir saber o que esperar de você,
me faz te odiar tanto e querer tanto a sua atenção.
E me faz querer tanto você daqui a pouco,
porque você não enjoa.
Você me cansa demais,
mas não enjoa.”

(Caio F.)

sábado, 16 de abril de 2011

O mês de abril

Era em abril, o mês do dia de anos de Pedrinho e por todos considerado o melhor mês do ano. Por quê? Porque não é frio nem quente e não é mês das águas nem de seca - tudo na conta certa! E por causa disso inventaram lá no Sítio do Pica-Pau Amarelo uma grande novidade: as férias-de-lagarto.

- Que história é essa?

Uma história muito interessante. Já que o mês de abril é o mais agradável de todos, escolheram-no para o grande "repouso anual" - o mês inteiro sem fazer nada, parados, cochilando como lagarto ao sol!
Sem fazer nada é um modo de dizer, pois que eles ficavam fazendo uma coisa agradabilíssima: vivendo! Só isso. Gozando o prazer de viver...

- Sim  dizia Dona Benta -  porque a maior parte da vida nós a passamos entretidos em tanta coisa, a fazer isto e aquilo, a pular daqui para ali, que não temos tempo de gozar o prazer de viver. Vamos vivendo sem prestar atenção na vida e, portanto, sem gozer o prazer de viver á moda dos lagartos. Já repararm como s lagartos ficam horas e oras imóves ao so, de olhos fechados, vivendo, gozando o prazer de viver - só, sem mistura?
E era muito engraçada a organização que davam ao mês de abril lá no sítio. Com antecedência resolviam todos os casos que tinham de ser resolvidos, acumulavam coisas de comer das que não precisam de fogão - queijo, fruta, biscoitos, etc... botavam um letreiro na porta do pasto:
A FAMÍLIA ESTÁ AUSENTE
SÓ VOLTA NO COMEÇO DE MAIO.
e depois de tudo muito bem arrumado e pensado, caíam no repouso.
Era proibido fazer qualquer coisa.
Era proibido até pensar.
Os cérebros tiham de ficar numa modorra gostosa. Todos vivendo - só isso!
Vivendo biologicamente, como dizia o Visconde."

(Monteiro Lobato.
Por alguma razão, o livro que um dia comprei como um presente...na verdade, foi um presente para mim. Tirado o pó e iniciada a leitura, me dou conta do quanto Monteiro Lobato era sábio, não só na combinação das palavras, como na exata maneira de retratar a vida. Simples, num português correto e direto...
E agora percebo, o quanto criança é minha alma adulta...ou o quanto quero que ela seja e o quanto agradeço por ter esse livro parado na minha mão, neste momento...
vou devorá-lo,
em abril...)

"A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém.
Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamenos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã.
Toda felicidade é construída por emoções secretas."


(Martha Medeiros, por que não?)

terça-feira, 5 de abril de 2011


Tus manos son mi caricia
mis acordes cotidianos
te quiero porque tus manos
trabajan por la justicia
si te quiero es porque sos mi amor
mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
tus ojos son mi conjuro
contra la mala jornada
te quiero por tu mirada
que mira y siembra futuro
tu boca que es tuya y mía
tu boca no se equivoca
te quiero porque tu boca
sabe gritar rebeldía
si te quiero es porque sos mi amor
mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
y por tu rostro sincero
y tu paso vagabundo
y tu llanto por el mundo
porque sos pueblo te quiero
y porque amor no es aureola
ni cándida moraleja
y porque somos pareja
que sabe que no está sola
te quiero en mi paraíso
es decir que en mi país
la gente viva feliz
aunque no tenga permiso
si te quiero es porque sos mi amor
mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.
(Te quiero,
Mario Benedetti)

Loulou rompe o silêncio.


"Andei calada. Pensei estar morta. Nada disso. O silêncio não cala a alma, abre espaço para que seja contemplada. O silêncio não sossega a mente, deixa que voe e pouse onde queira. O silêncio não distancia, faz o sentido do toque importante expressão de intimidade. A intimidade não precisa de voz. O som atende ao tempo que o toque precisa e quer. Vem expressar a sensação do prazer já antes sentida na intimidade silenciosa, mas nem por isso, menos Chaplin: O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir."





...E de todos os nossos encontros, o saldo é sempre bom. Podem demorar a brotar as idéias nascidas nas nossas terças elétricas... E, por vezes não brotam, são simplesmente cuspidas, como essa maravilha que escreveu minha amiga Loulou. Não só pelas palavras, que reputo bem alinhadas no texto - característica desta amiga minha, diga-se de passagem -, mas pelo produtivo resultado da última idéia elétrica que tivemos...Com todas as minhas considerações já feitas e com tua permissão, Loulou, transcrevi o que cuspistes hoje pela manhã.

Dia do adeus

Ah, Deus!
Adeus à "deprê" intelectual...
Ah, Deus!
Adeus à falta de qualquer coisa...
Ah, Deus!
Adeus ao pó acumulado em cima das letras, das palavras, das frases, dos trechos e textos guardados...
Ah, Deus!
Bemvinda, eu!