quarta-feira, 29 de dezembro de 2010






Malas prontas
Pé na estrada
Aí vou eu...
Viajar
Mudar a estação do rádio da vida...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010


(...)
Ontem chorei.
Por tudo que fomos.
Por tudo o que não conseguimos ser.
Por tudo que se perdeu.
Por termos nos perdido.
Pelo que queríamos que fos...se e não foi.
Pela renúncia.
Por valores não dados.
Por erros cometidos.
Acertos não comemorados.
Palavras dissipadas.
Versos brancos.
Chorei pela guerra cotidiana.
Pelas tentativas de sobrevivência.
Pelos apelos de paz não atendidos.
Pelo amor derramado.
Pelo amor ofendido e aprisionado.
Pelo amor perdido.
Pelo respeito empoeirado em cima da estante.
Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa.
Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados.
Pela culpa.
Toda a culpa.
Minha.
Sua.
Nossa culpa.
Por tudo que foi e voou.
E não volta mais, pois que hoje é já outro dia.
Chorei.
Apronto agora os meus pés na estrada.
Ponho-me a caminhar sob sol e vento.
Vou ali ser feliz e já volto.

(Caio F.)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Soneto do amor total


Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(Rio, 1951, Vinícius de Moraes)
PS: ouvir, ver e sentir Vinícius...adentro, dentro, na alma, da poesia...
Gracias, ao poetinha...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cor-respondência


Remeta-me
os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem-feito
que você tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era seu jeito
ou de propósito
mas era bom
sempre bom
e assanhava as tardes
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.

Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.


(Elisa Lucinda)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


"Quando pensava em parar, o telefone tocou.

Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar, pediu, para irmos às ilhas gregas como tínhamos combinado naquela noite.

Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos.

Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim, e aquela voz repetiu e repetia que me queria desta vez ainda mais, de um jeito melhor e para sempre agora."
(Caio F.)

domingo, 12 de dezembro de 2010

E depois de tempos algozes de mim...
Tempo de nenhum sentimento...
Tempo de nada...
Sabes, boy (perdoe-me a minha influência "Caiana")?
Tempo de deixar que o tempo de "ajeite".
E se "ajeita"...
Às vezes, esse tempo peculiar...o tempo de não ter tempo...
O tempo que não deixa tempo
O tempo de deixar que o tempo se encarregue.
E se "encarrega"...
Ando, ultimamente, de bem com o tempo...
E deixo, agora mais do que nunca,
que ele se "ajeite"...
que ele se "encarregue".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Desculpe-me, baby!
Mas essa minha mania de ser inteira
não me deixa querer nada pela metade.