sexta-feira, 27 de maio de 2011



Te esperaria a vida toda, se eu soubesse que vinhas...

Te esperaria sempre, se eu soubesse que vinhas...

Te esperaria, simplesmente, se eu soubesse que vinhas...

Mas a espera só..

E só espera...

E nada mais...

Entao decidi... você nao vem...

E eu nao te espero mais...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O pratinho do vaso



Fui numa floricultura comprar pratinhos de vasos.
Três pratos. De diferentes cores, de azulejo e barro.
O vendedor me considerou excêntrico pela modéstia do apelo. Procurou enfiar orquídeas olheira abaixo, recusei os arranjos coloridos. Como uma abelha que não larga a lâmpada pela obsessão do sol. Logo me dispensou para o caixa, viu de cara que não tinha potencial aquisitivo. Ele apressou a interrogação do “só isso” e logo fechou a encomenda.
Estamos tão consumistas que nos desculpamos por comprar pouco (ou nada). Imagina o atendente perder tempo com a gente? Gentileza hoje é comissão. Idêntica culpa diante do motorista de táxi com a corrida curta. Quase suplicamos por favor, se ele pode nos levar. Não há mais pobreza genuína no mundo, unicamente pobreza disfarçada. O cartão de crédito fantasiou a miséria.
Não receio pedir pouco. O pouco é que me basta. O pouquíssimo transborda.
Eu me sinto essencial lembrando o desnecessário. Ouvindo o suspiro dentro do vento.
Ninguém dá valor ao pratinho das plantas que racha na mudança de lugar e não é reparado, muito menos reposto. Eu não vivo sem eles. É como faltar talheres para um membro da família.
É o pratinho de vaso que me mantém acordado. Deslumbrado pela sua fugacidade. Porque amanhã terei que me lembrar novamente. E depois da amanhã. E sempre.
O amor é o que não lembramos para continuar lembrando. Como pedir ao filho escovar os dentes ou insistir que faça os temas. Todo dia será exaustivamente igual: é uma atenção renovada, não exclusiva. Uma dedicação nula. Uma devoção secreta que não traz fama e reconhecimento. Coisas simples que não podem ser contadas ou glorificadas durante a semana. Que são apagadas no mesmo momento do ato. Não irei ao bar proclamar aos colegas de que dobrei as calças antes de sair e organizei as camisas pela antiguidade.
É o que me põe apaixonado numa mulher: o pratinho do vaso. O que é sem graça, o que somente protege, mas que é confidente das raízes. O quanto ela é capaz de estar ao seu lado sem que necessite imortalidade. O quanto me torno observador das inutilidades. Falei inutilidades, pois é, não errei a digitação, quem ama conserva as inutilidades. Os interesseiros e ambiciosos guardarão as informações essenciais como nascimento e medidas. Veja se um homem a quer quando se interessa porque aquilo que não gera interesse. O fútil é o fundamental. No momento em que o desejo não descobre o que é importante e preserva tudo.
O pratinho do vaso do relacionamento está em saber o xampu que ela usa, o restaurante preferido, o doce da infância, sua mania de comer aipim com mel, o azeite (não é qualquer um), as perguntas que detesta ouvir, como ela gosta de amassar o travesseiro, de que modo escolhe as roupas: se nua ou já com a lingerie, quais os insetos que tem medo, o que não pode deixar de assistir na tevê, o drinque preferido, os amigos da choradeira, os amigos do riso, o que toma no café da manhã, qual a fruteira de sua confiança.
O pratinho do vaso é o que fica da tempestade. Não tinha como explicar ao vendedor. Ele é que
conhece as flores.



(Fabrício Carpinejar)

segunda-feira, 23 de maio de 2011





Tento ser uma mulher que

combina com a vida que leva...


quinta-feira, 19 de maio de 2011



"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser. Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, muita gente se perde. Não se perca, viu?!"



(Caio F.)

domingo, 15 de maio de 2011



Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira.
A minha ignorância por te ter.
Sim, eu escolheria você.
Se me dessem um último pedido, eu escolheria você.
Se a vida acabasse hoje ou daqui a mil anos.



(Caio F.)


PS: às vezes odeio tanto Caio...aff
Domingo de frio...

de arrepio...

de calafrio...
de uma saudade sem frio e com frio...

Nada quente,

nada quieto.

É o frio e o quente,

encontrando-se e transformando-me ora em fogo,

ora em agua...

mas nunca em morno!

sábado, 14 de maio de 2011



Cada um sabe a dor
e a delícia de ser o que é...
Não me olhe como se a polícia andasse atrás de mim.
Cale a boca
mas não cale na boca,
notícia ruim.


(C.V.)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O mundo mágico de Escher


Assistir e poder interagir com as obras de Escher abriu-me a mente para perceber a existência de um mundo dentro de outro, a possibilidade que temos de ver a realidade como queremos e criar vários mundos ou micromundos, em que cada vivência encontra seu lugar, mesmo que não seja lugar comum.
Acho que assim fez Escher. Jogou-se em uma realidade inventada e transformou esse seu peculiar modo de viver em arte.
Enquanto caminhava pelos espaços da exposição pensava incessantemente que tudo o que existe tem forma, ou melhor, pode ser expressado através da forma. Olhando aquelas imagens e perspectivas, o mínimo que vira máximo nos riscados tridimensionais do artista - no mais puro grafite holandês do início do século XX -, refleti acerca das várias formas de "viver a vida", a forma escolhida por mim, por outras pessoas, por um grupo de pessoas...e por aí vai...
Há quem não perceba o que há por trás de Escher. Há quem demorou a perceber (como eu) e há os que nunca perceberão.
A vida, e suas múltiplas formas, é para todos... os que percebem e os que não.
Divagações, enfim, para perceber talvez o que tenha sido o saldo da última banda.
Em Escher percebi que há várias possibilidades e formas de viver a única vida que temos por aqui.
Oxalá, o tempo permita todas as possibilidades...para todos...




(01.03.11 - Exposição O mundo mágico de Escher, CCBB, RJ)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Não-relação ou não à relação...



Muitas relações simultâneas

algumas vezes, nada mais são

do que a forma encontrada por algumas pessoas

de não ter relação alguma.


O velho medo de se envolver

Ou seria, de-se-nvolver?




PS: mais uma da amiga Andreia Bere...

com toda minha admiração e com toda a razão...

segunda-feira, 2 de maio de 2011



Meu coracao tem um amor guardado...
Esteve um tempo desgastado, um tanto cansado...
Mas amor que se preze... é sempre renovado,
dia-a-dia, alimentado e bem tratado.
Até se ver curado ...
E pronto: coração aberto para todo lado...
aguardando, novamente, o prazer de amar e ser amado!