segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Você não sabe qual buquê escolher. 
Ela disse que gosta de rosas, mas seriam rosas de cor ou rosas de tipo? E quantas você deveria levar? Continua com o clichê das 12 rosas vermelhas ou tenta achar algum significado louco e completamente sem noção num número novo, quem sabe? Acho que flores não foram feitas para presente. E muitas outras coisas também não. Ela vai receber um buquê, colocá-lo num vaso com água qualquer e esperar que murche. A beleza das flores é uma coisa meio instantânea, meio efêmera. Ela vai dar um sorrisinho contente para o entregador e cheirar as flores. Mas o que importa mesmo é pra onde vai o olhar dela.

Reparem bem: ela segue com os olhos pelo buquê até encontrar um pedaço de papel qualquer dobrado. E se não encontrar nada, ah, meu amigo… Se não tiver cartão, telefonema, telegrama ou alguma palavra rabiscada num rascunho qualquer. Pode esperar que seu esforço terá sido completamente em vão. 

É meio que assim em tudo: de nada adianta que você se apresente ali, firme, bem vestido e com um sorriso no rosto se não é completamente dela. Se vier pela metade, ela te rejeita por inteiro. Ela é exigente como toda e qualquer mulher que ama é. De nada adianta dar o melhor perfume se você não consegue notar o dela. Se não participar da vida dela, ela te dispensa.

Mulher tem um lado romântico – por mais que a maioria se diga livre de qualquer floreio ou borrão – que exige consideração e carinho. Meu amigo, se você não tiver afeto quando for dizer que ela está toda descabelada vestindo aquela sua velha camisa de botão, vai parecer grosseria. Se não tiver um pingo de observação para notar que ela carrega mais de três tipos de remédio para a rinite alérgica que ela tem desde os 12 anos de idade, vai parecer que não liga. Se não souber puxá-la para dançar pelo menos uma vez na vida em alguma festa, mesmo que você não saiba ou pise nos pés dela, vai parecer que não gosta da mulher que tem ao lado. Se não fizer amor com ela em algum dia de chuva para suprir a velha fantasia que as comédias românticas contam, vai parecer que só sabe fazer sexo.

É a velha e boa exigência feminina que pede para ficar de vez, por inteiro, de verdade e se quiser. Ela não vai te obrigar a nada que você não queria, nem possa oferecer. Mas vai jogar as flores fora assim que não servirem nem para o agrado visual dos primeiros três dias.

Ela entende que você é meio distraído, não fez curso de observador com nenhum pintor realista, nem leu todas as obras de Neruda e Pessoa. Ela não quer que você seja o cara mais sensível do mundo, nem que force a atenção que nunca teve e muito menos que viva em função dela. Ela admira a sua liberdade e só quer que você olhe um pouco mais, beije um pouco mais, esteja um pouco mais e ame um pouco mais. De verdade? 

O que ela quer é que você entenda que ela não quer flores de presente. 
Os olhos dela brilham mesmo é pelo cartão.

(Texto Flores não foram feitas pra presente, de Daniel Oliveira, pulbicado em www.casalsenvergonha.com.br)


Da série:  As vezes se lê aquilo que se pensa...


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

EU


AAAAAA Arnaldo....


Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...
Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...
Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...
(Arnaldo Antunes)
E quando o diágolo insiste em ser presente...
O monólogo insiste em ser o chato...
O diáologo não quer silêncio... quer palavras... quer discussão... quer bate-rebate... quer assuntar... quer falar... quer existir...
O monólogo prefere a reclusão, o calar, o quieto, o íntimo, o não-ser-visto...
E é nessa peleia entre dizer e calar que me encontro...
Opto, pelo silêncio, afinal e ao final, quem nada diz, não provoca, não instiga...


Deixa tudo como está...

sábado, 25 de agosto de 2012





Cheia de vontade...
Desejos escorrendo...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ela: - Sei que se hoje virarmos as costas um para o outro e seguirmos cada um o seu rumo, vai ficar tudo entendido...
Sei que não preciso dizer-te nada, que também vai ficar tudo entendido...
Sei que nossa história extraiu de nós nossas maiores verdades, nossos maiores desejos, admirações e vontades...
Está tudo entendido...
 
Ele: - Quando precisei que estivesses perto e cuidasse de mim, fizeste... quando precisaste que eu cuidasse de ti, isso fiz, o que também fiz quando pediste para eu me afastar...
Então, tudo certo, baby, me afastarei de novo ...
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Hoje, quero que saibas que não te disse nada 
e quando te pedi para me morderes o coração 
era só para me certificar de que ele existia no meu peito. 
Tu preferiste beijar-me, 
nunca me mordeste e, 
assim, fiquei sem saber.


(Morder-te o coração, Patrícia Reis)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

Além das unhas roídas,
sobra a cabeça erguida,
garra,
força
e vontade de vida!


Eu só queria saber algumas das surpresas que a vida me reserva.
Bem, vão deixar de ser surpresas, eu sei...
É que, ultimamente, ando dispensando algumas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012





Uma tristeza de repente...
Uma saudade do desconhecido...
A vontade de sentir um amor fraterno... paterno...
Um desejo enorme de saber de você.
Uma lacuna de vida que jamais será preenchida.
Um filme forte antes do sono de ontem.
O choro incontrolável...
O sono como conforto.
Hoje, o sol...
A vida que começa cedo
A lida da semana que se encerra...
Um rápido passar de olhos pelo calendário e, de repente, tudo fica mais claro.
E, com atraso, mas ainda no prazo, deixo ao meu pai Feliz Aniversário,
que completaria 74 anos se ainda estivesse aqui...

terça-feira, 12 de junho de 2012


E depois de um lindo final de semana juntos...
 os retratos não têm rostos...
nada além de uma paisagem desabitada
 e um barco solitário em frente as ondas,
 igualmente desabitadas e tristemente solitárias.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Machista, mas realista

"
...
após um processo 'investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior: VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", ao menos que:

Nunca deixe uma 'mulher moderna' insegura.
Antigamente elas choravam. Hoje elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.
Não ache que ela tem poderes 'adivinhatórios'. Ela tem de saber da sua boca o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.
Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol) mais do que duas vezes por semana, três vezes então, é asssinar atestado de 'chifrudo'. As 'mulheres modernas' dificilmente andam implicando com isso, e se implicar uma vez e depois não se importar mais.... atenção!! Aí tem!!! Entretanto, elas são categoricamente 'cheias de amor pra dar' e precisam da 'presença masculina'. Se não for a sua meu amigo.... Bem... com certeza será de outro. Mulheres assim nunca ficam sozinhas! Pelo contrário tem sempre no mínimo três na fila.
Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele "ex" bom de cama é grandessíssimo.
Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As 'mulheres modernas' têm um pique absurdo em relação ao sexo e, principalmente dos 25 aos 42 anos, elas pensam, e querem fazer sexo TODOS OS DIAS (pasmem, mas a pura verdade)... Bom, nem precisa dizer que se não for com você...
Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é?
Nem pense em provocar 'ciuminhos' vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.
Em hipótese alguma deixe-a desconfiar ou imaginar o fato de você estar olhando para outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo a um 'chifre' tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS 'comedor' do que você... só que o prato principal, bem... dessa vez é a SUA mulher.
Sabe aquele bonitão que você sabe que sairia com a sua mulher a qualquer hora? Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece... Quando você reparar... já foi.
Tente estar menos 'cansado'. A 'mulher moderna' também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para muita coisa.
Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em 'baladas', 'se pegando' em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A 'mulher moderna' não pode sentir falta dessas coisas... senão...
Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão 'quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência'. Desse modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas 'mancadas'...
Proteja-a, ame-a, e principalmente, faça-a saber disso. Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele 'bonitão' (ou aqueles bonitões) que vive (vivem) enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!!!
Quem não se dedica, se complica. Como diz uma amiga: 'MULHER NÃO TRAI, APENAS SE VINGA'.
(Arnaldo Jabor)

Certo ou errado (sem entrar no mérito), os comportamentos femininos estão demonstrando o tipo de mulher que anda por aí. Meio macho nas atitudes, mas, ainda muito fêmea nos sentimentos. Tanto que, afirma o autor do texto, as mulheres traem motivadas pelo descaso masculino.  Vingança ou não, a traição encontra lugar em todas as relações, seja de amizade, seja profissional, seja de amor e para ela sempre acharemos motivos relevantes que autorizem o ato. A traição sexual  é motivada pelo desejo, pela vontade... e aí, meus amigos, tentar encontrar uma justificativa para ela, é balela... teoria...  Talvez seja mais cômodo colocar na conta do descaso masculino a traição feminina. Eu não seria tão simplória a este ponto, mas acho uma boa justificativa para que todas as abóboras encaixem-se na carroça conjugal e tudo fique em paz na vida dos homens (e de suas mulheres)...

domingo, 13 de maio de 2012



"...
- Você fala de um jeito raro... Como quem não tem medo da palavra felicidade.
Leonora confirmou:
- Nem da palavra, nem dela mesmo. Eu sei que ela existe. De vez em quando, mas existe. 
Marco brincou, meio cínico:
- Agora só falta dizer que amor também existe. De vez em quando, digamos...

- Olha, eu acho que existe mesmo. E não é só de vez em quando. Embora costume se manifestar quando a gente menos espera. Tenho certeza. Mais do que isso, aposto que você, mesmo zombando, ainda vai concordar comigo de repente. E vai lembrar dessa conversa..."


(Canteiros de Saturno, Ana Maria Machado)


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ele: - Não sei se o filme era ruim, talvez por ter perdido o início olhando para a porta do cinema esperando tua chegada...
Não sei se o filme era ruim, talvez por não ser ele meu interesse (e, muito menos, meu desejo)...não sei se o filme era ruim ou se era bom
Não sei nada do filme... só sei que fiquei te esperando.



Ela: - E eu, não sei o que dizer... se me desculpo, se digo "eu avisei", se digo que me arrependi, se digo que tenho saudade, se digo que ainda te amo, se digo que não sei viver sem "isso que temos"...
Enfim, não sei nada do filme, mas sei da tua espera e da minha vontade trancada e retida...
sei que queria estar lá contigo...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

É...

são poucas as certezas, muitas, as dúvidas.

As vezes, poucas as dúvidas e muitas, as certezas.

E a vida segue assim, dando a nítida impressão de querer acabar com a sanidade que me resta.








sexta-feira, 30 de março de 2012


E quando você descobre que é a melhor companhia para si mesma...
numa sexta-feira à noite...
F...




Eis que a distância aproximou-se deles.

sábado, 3 de março de 2012



Ultimamente, ando gostando de ver tuas coisas misturando-se às minhas e de te ver, misturando-se em mim.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sempre fui inteira em tudo o que faço, no trabalho, na amizade, no amor ...e tenho uma mega dificuldade em aceitar coisas pela metade...aquela coisinha "meia-boca", sabe? Não dá... ou é ou não é.

(Da série: saldo da insônia)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E hoje, ela acordou subitamente tomada por uma saudade quente...

Pensou, assim que abriu os olhos: o que mata essa saudade?

Um banho gelado?

De repente - e agora já de olhos bem abertos - pode ver seu semblante desenhado entre as nuvens visíveis daquela pequena janela do banheiro...

ali bem diante de seus olhos, ainda molhados da água fria que jogara no rosto na tentativa de matar a saudade.

Pensou novamente: o que mata essa saudade?

O toque ou a possibilidade dele?

A distância ou a possibilidade da proximidade?

E assim começou seu dia...

saudoso, quente e ansioso por respostas.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

...

E tamanha foi sua surpresa ao vê-la, em meio aqueles tantos retratos expostos, que os olhos dele tremeram e foi possível perceber seu coração batendo nas têmporas.

A sempre invisível presença dela, naquele momento, tornou-se tão visível que tudo o que cercava aquela circunstância inusitada pareceu sumir.

E no ambiente restou somente os dois e os retratos pendurados por todos os lados...

Entre um olhar e outro, por entre às imagens que preenchiam o lugar, eles não trocaram uma só palavra, mas estabeleceram naquele canal estreito de comunicação um sublime diálogo regido pelos olhos e seus olhares.

Olhares, estes, que dispensavam palavras.

A partir daí, a surpresa tranformou-se em hábito. E com a zona de conforto estabelecida - ou reestabelecida -, as luzes que pareciam ter-se apagado, reacenderam. Estava tudo claro... e o diágolo silencioso continuava.

Os pensamentos foram fáceis.

O que passava com dele, ela já sabia, porque o acompanhara desde a sua chegada ... lera seus movimentos. E aquele sorriso maroto que faz pender a boca para o lado direito da face quando está feliz, misturou-se ao tremor dos olhos e ao coração pulsando forte. A invisível presença da moça, tornou-se surpreendentemente visível.

Ele gostou...

Ela também...

E suas vontades foram longe ...

E no ambiente silencioso dos olhos, deliciaram-se com suas adoráveis presenças...visíveis... bem visíveis!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Eis que você se dá conta de que tudo acabou
quando nos últimos parágrafos do diálogo
o tempo verbal usado por eles é o passado...



Sabe de uma coisa:
Tu és perfeito para minhas imperfeições!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


"Queria que você gostasse de mim por mim.
Caótico, distraído, perigosamente despreocupado.
Meio despenteado, tão preocupado com coisas vagas.
Queria que você também se encantasse com minhas imperfeições."

Caio Fernando Abreu