quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


Saudades! sim...talvez... e por que não?
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até a morte
Deslumbrar-te de luz o coração!
Esquecer! Pra quê?...
Ah, como é vão!...
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos sagrado como o pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
para mais doidamente me lembrar.
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Saudades
(Florbela Espanca)

Um comentário: