terça-feira, 30 de novembro de 2010






Nada em mim foi covarde,
nem mesmo as desistencias!
Desistir, ainda que não pareça,
foi meu grande gesto de coragem!
(Caio F.)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


A vida não é difícil.

Difícil é você conviver com isso,
com a vida e seu ofício ...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.

O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas.
Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X.
Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.
Comeu em meus livros de prosa as citações em verso.
Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete.
Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas.
Comeu o pão de propósito escondido.
Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.

O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras.
Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade.
Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré.
Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia.

Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.
Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam.
Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta.
Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra.
Meu dia e minha noite.
Meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
(João Cabral de Melo Neto)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


"...

Por isso para o seu bem
ou tire ela da cabeça
ou mereça a moça que você tem..."



(Chico, always...)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


Deixe que eu sinta teu corpo
Que eu beije teu corpo

Teus lábios de mel

Deixe que eu te abrace agora
Que a noite lá fora ficou pra depois
Venha ser a companheira esperada
Corpos juntos, mãos dadas
Preciso de você

E sinta lá de dentro a vontade
Meu olhar é verdade, eu quero só você

Deixa, deixaaa, uu uu
De, deixa.....a, aa aa

Deixe que eu te abrace
Te embale o sono
Meu corpo no teu

Deixe que eu te desperte
Sussurre baixinho teu nome
Pra depois dormir

Venha ser a amada amante te desejo
Quero me perder nos teus beijos
Quero hoje te amar
Venha ser a companheira esperada

Corpos juntos, mãos dadas, preciso de você...

Deixaaaa!!!

(Tim, para todas as horas)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Conclusão a quatro mãos

A força criativa do povo brasileiro tem origem na tamanha desigualdade social e, com isso, necessidade de sobrevivência...
Esse é o dom... criatividade e necessidade... de sobrevivência...
Será, talvez, nisso que consiste o tal "jeitinho brasileiro"? Denominação quase sempre maliciosa
Ingenuamente, no bom sentindo da xenofobia, talvez esse seja mesmo o "jeitinho brasileiro"... nosso e só nosso.
Justificado e justificável pela desigualdade social.
E do limão, faz-se uma limonada, fácil...
Oooh povinho arretado esse!

"Hoje eu não to a fim de corre-corre, confusão...

Quero passar a tarde estourando plástico bolha..."


(karina Buhr)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

o consumo da sustentabilidade

Tenho observado ultimamente como a bandeira da sustentabilidade está em voga.
É a sustentabilidade como marketing e, pasmem, vendendo muito.

Na contrasustentabilidade, se é que assim posso afirmar, estão crescendo os incentivos consumistas e, nesta falsa perspectiva sustentável, cativam o coração do consumidor que, por sua vez, consome e ainda acha que consome "bem".

Consumo sustentável.

Mas além desse consumo - nada sustentável, na minha opinião -, o que está por trás dele pode ser bem mais complexo do que imaginamos... Ah! E enriquecedor para poucos, sera que nao?

Assim, no barco da sustentabilidade tem um tesouro que pode ser bem rentavel. Vários já pegam carona e ganham uma "nota".

Recentemente, um grande festival de música - sustentável, lógico - fez um papel no mínimo feio e afrontador da capacidade racional, ferindo a miúde a cabeça de gente como eu.

E o pior não é isso. O ruim mesmo, é o incentivo dado pela mídia que fez a "coisa" parecer bem legal e ecologicamente incontestavel.

Mídia e consumo... prato cheio ... e qualquer sustentabilidade pode ser engarrafada em embalagens plásticas. Não há problema, afinal, depois amassamos tudo e reciclamos.

E que glória... 450.000 toneladas de lixo reciclado.

Ops, mas uma pergunta martelou ... Havia necessidade de produção de tanto lixo???

Produz-se muito lixo para que a reciclagem seja considerável e apareça na mídia como um grande bem para a humaninidade?

Balela... Destas 450.000 toneladas de lixo, metade, certamente, não precisaria ter sido produzido. Afinal, imaginem que no tal festival sustentável, comprava-se uma latinha de cerveja - ao preço nada sustentável de R$ 7,00 - e ainda um copo de plástico para tomar sua cerveja vinha "de brinde". Great!!! Fantástico...que pessoal correto...

Que pena, penso eu, lixo prejudicial, sendo produzido para impressionar nos números...

Como de cada banda que dou, tento extrair uma conclusão, desta não foi diferente...E ainda bem que a música salvou a pobre sustentabilidade - a infra dos shows estava perfeita - que já virou palavrinha de somenos importância na boca de uma pequena camada do povo, bem pequena, mas que lucra muito com isso...

E lembro agora de algo que li certa vez e guardei: Só Som Salva!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010



Mas eu tenho ainda um grande amor pra te dar

quero saber se vc. aceita ele como for...

my love...
this is your love...

E as vezes a gente pula

contra a vontade do chão...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


E se você tiver que escolher entre você e seu amor

Você escolhe quem?





"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

Mário Quintana

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


Longe, bem longe daqui, assisti uma brasileira chamar a atenção do público, mostrando nossa música em toda a sua melhor qualidade.
Karina Buhr.
Esse é o nome da moça.
Linda e com uma melodia incrível...pernambucana (para variar). Cumadre Fulozinha era a banda da qual fazia parte originalmente.
E na banda, nada mais do que Edgar Scandurra e Catatau...
O show foi nota dez.
Além do que, é sempre bom ver nossa brasilidade impregnando "nas gringa"...
Vale conhecer.
Karina Buhr é o nome da moça...