Acho incrível o medo da entrega.
Acho incrível o modo como reagimos para não nos encontrarmos.
Acho incrível a maneira como criamos confusões e aumentamos a distância entre nós.
Acho incrível como confundimos a nós mesmos e aos outros.
Quando desejamos e o outro está presente, é muito bonito. Mas, quando não é assim, a dor parece mais insuportável do que qualquer outro sofrimento. Por isso às vezes bloqueamos a tentação de sermos espontâneos e buscamos vidas seguras trancadas em nossa velha personalidade aconchegante e estrutruada.
Não que isso esteja errado, porque também não podemos viver em carne viva. Acontece que viver trancado em uma identidade se torna, mais cedo ou mais tarde, tedioso ou angustiante.
A intensidade atrai e dói: nós a buscamos, mas não podemos suportá-la, disse minha amiga Renata.
Que dilema.
Repito: não tenho respostas.
(...)"
(Amar de olhos abertos,
Jorge Bucay e Silvia Salinas)
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