segunda-feira, 19 de julho de 2010

Relações e suas faces

É curioso como as relações são mutantes, apresentando, ao longo do tempo, várias faces.
Aliás, em se tratando de relações e sentimentos, nunca pisamos em solo firme. São os sentimentos os responsáveis pela mutação das relações?
Vejamos um exemplo.
Jorge e Madalena, à primeira vista, enamoraram-se. O sentimento era de paixão, amor, desejo, admiração... todos aqueles bons adjetivos das sensações e que explodem quando encontramos o que parece ser o "par perfeito". Bem, movidos por todos esses sentimentos, eles namoraram e casaram. Viveram juntos por um bom período. O tempo foi passando e aqueles primeiros sentimentos, mudando. A paixão começou a enfraquecer, a admiração já não era mais tão inspiradora, mas o amor e o desejo mantinham acesa a vontade de estarem juntos. O tempo, como sói acontecer, seguiu passando até que em um momento aqueles sentimentos que sobraram foram dando lugar a outros, digamos, menos nobres. E estes, foram excluindo o amor, deixando solitário o desejo. Não resistiu! E Jorge e Madalena separaram suas vidas. Os sentimentos, depois disso, esvaziaram-se e, por um tempo, foram esquecidos.
Eis que o tempo segue andando e os dois, às vezes, encontrando-se. Do encontro ou reencontro, nasceram novos sentimentos, ou melhor, eram os mesmos primeiros sentimentos. Só que agora, com suas outras faces. A paixão, serenou; o desejo, amadureceu; o amor, na verdade, não havia acabado e a admiração, agora, acende a vontade de querer bem novamente.
Hoje, Jorge e Madalena, com a ajuda do tempo, descobriram que se amam sim, mas não daquela forma primeira. Conhecem, agora, a outra face da relação. E são grandes amigos (que se amam, se desejam e se admiram!)

Agora, depois de pensar na história destes dois, respondo minha própria pergunta: SIM. São os sentimentos os responsáveis pela mutação das relações. Acho que a nós, cabe entender o processo pelo qual passam eles. Aí, então, poderemos compreender as relações e suas diversas faces... e isso, concluo, facilitaria muito o exercício de viver.

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